Carcaça cansada

Cai a gota d’água e
Pesa sobre a carcaça cansada
Que derrama a lágrima teimosa
Que carrega tanta mágoa encruada
No coração cascudo e lento
Na memória e no pensamento.

Escorre o suor pelo corpo pelejante
Que luta contra o próprio desejo errante
De sucumbir a dor, ao medo, a morte, ao prazer
De esquecer suas responsabilidades e desparecer.

Com o fado nas costas
Como um corcunda encurvado
De tanto peso, tanta falta, perdas e apostas
Segue trêmulo a cada passo
Rezando por paz e descanso
Sem que falte pão, sem que falte teto
Sem que falte chão, sem que falte afeto.


Autor: Edinei Lisboa - Argonauta021
Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário