Ora! Não me venha com essa de
amor. O amor não me parece uma forma de viver, e sim uma forma de morrer. O
amor é uma religião que vivo, mas dela não sobrevivo.
Aí
você me pergunta se é amor!?
Melhor
desfazer essa falsa inocência e essa máscara de ingenuidade. O amor não paga as
contas, não conserta a pia, não troca lâmpada, não mata a fome. O amor, meu
amigo, é uma roupa bonita que se veste para passear. É aquela coisa invisível
que faz você não matar certas pessoas, às vezes quando perde a calma. O amor é
só a bússola. Ele não é o caminho e nem vai andar por você.
Mas
se quer mesmo saber se é por amor. Precisa antes de tudo, desmistificar o amor.
O
amor não se dá através do sexo e não é apenas um sentimento de um cônjuge para o outro. É de ser humano para ser humano. De ser vivente para ser vivente. De
vivos para mortos. De mortos de para vivos. O amor não tem bandeira, cor, regra
ou condição.
Esse amor em que você acredita, meu amigo, é uma ilusão!
O
amor real é duro de aceitar, difícil de viver. É uma filosofia de vida mais
difícil de seguir que a dos monges budistas.
Esqueça
essa utopia que você chama de amor.
O
amor é tão intrínseco que nem devia ser dito. Pois o amor, meu caro amigo, é um
mistério, não dá para explicar como resiste, como existe, mas está sempre aí,
feliz ou triste. Está oculto na dor, na morte... Expresso no afeto, no
abraço...
Em
meio a tudo que o rejeita, o amor sempre está à espreita, mas não se engane. O
amor é uma ideia, um verbo. Sempre existiu e sempre vai existir. Mas não vai
fazer por você o que tem que fazer por si.
Ainda
quer saber se é por amor? Claro que sim!
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