Cada um dá à sua dor, à proporção que lhe é conveniente ou que lhe faz mais sentido.
Cada um tem seu modo de lidar e de ver o que acontece. Como em um lugar onde há várias câmeras, cada uma delas mostra a mesma coisa de uma maneira diferente das outras, um ângulo diferente.
Assim é com as pessoas, cada um toma pra si o que lhe importa sobre o que vê e o que acontece por aí.
Uma pessoa, que vê um homem no coletivo pedindo dinheiro, pensa que é bandido, outro sente pena do coitado, outro acha que é drogado, outro, que é vagabundo, e assim cada um vai divagando à sua maneira, sobre o pedinte que se esgueira sobre as cadeiras dos coletivos tentando arranjar algum, por sabe-se lá quais reais motivos.
Um homem que passa uma semana na mata, passando fome, frio e sede, percebe que o que importa mesmo são as coisas básicas pra se viver, como ar, água, calor, comida e abrigo, outro se sente humilhado e toma isso como motivo pra conseguir o máximo de tudo, de luxo... pra compensar e nunca mais ter que pensar ou passar por isso, outro, acha que é pessoal, castigo injusto, e promete a si mesmo vingar-se, e por aí vai...
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro, como já foi dito em uma música, meu professor de física dizia: - tudo depende do referencial! E realmente acho que há um fundo de verdade nisso, se a pessoa toma como referência sua dor e seu sofrimento, com certeza verá o que acontece de um modo diferente daquela pessoa que usa como referência informações baseadas no seu ponto de vista das coisas que não viveu, sentiu, ou experimentou.
O peso que carrego pode parecer leve pra você, assim como o peso que você carrega pode parecer muito pesado para mim, mas o que vale é o que cada um sente, a dor, de quem sofre, de quem vive, e isso precisa ser respeitado.
Cada um, cada um.
Carissimo amigo.
ResponderExcluirGosto muito de seus textos. Pura realidade e reflexao.
Dizem que Deus nos dar o fardo de acordo com nossas possibilidades.
Muitas vezes desconhecemos a força que existe dentro de nós. Fiz esta descoberta quando perdi minha filha de 3 anos e meio, todavia tive certeza quando perdi meu filho de 7 anos.
Claro que tudo isso deixa sequelas, mas sobrevivi.
Bjs no coração