Construí um mundo sobre seus ombros sem você consentir, sem você saber. Meu mundo estava em suas mãos, eu queria seu amor todo para mim. Mas eu não podia pedir claramente pra você me amar do mesmo jeito e, de repente, te ouvir dizer um “não”. Eu não aguentaria tanta rejeição.
Fiz o que pude para não pesar em você, pra você não se aborrecer, não me abandonar, me esquecer...
Você estava sempre perto e eu sempre aqui, esperando você me abraçar, me sorrir. Como um cachorro doméstico a esperar um carinho do seu dono, que apesar das patadas, sempre voltava ao menor sinal de simpatia.
Meu mundo já parecia um castelo, cheio de cores e um imenso jardim de flores, mas aí vieram as noites frias, os dias sem cores. Você não podia partir, nosso amor era belo no meu mundo ilusório, então eu quis amar por você e por mim. E assim, deixei de me amar.
Meu mundo desmoronou quando você partiu. Eu não fui capaz de sair dali, sob os escombros, não morri, mas, aos pedaços, me encontrei.
Após tudo ruir foi que aprendi a não construir sonhos sobre ninguém, que meu alicerce está em mim, que não há pedra angular se não meu próprio bem-estar.
Eu continuo a amar, mas agora amo mais o amor, por ser amor, por si, por ser bom, por simplesmente existir. Não seu sonho, seu início ou seu fim. Amo por amar, pelo amor que existe no ar, em cada ser, em cada amanhecer. Pela força que me faz acordar, levantar, seguir. Amo mais assim, assim sou mais feliz.
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