A justiça e a morte


A justiça tarda
Não é cega
Mas não falha.

A justiça é clara
Não é secreta
É pesquisável
Mas nem sempre é pública.

A justiça não é comum a todos
Não é igual para todos
Nem sempre é justa
Nem sempre é certa.

A justiça é uma janela aberta
Faça chuva, sol ou tempestade.

Tanto a justiça quanto a morte
Certamente, um dia chegam
Mas, às vezes, a morte chega primeiro.


Autor: Argonauta021 - Eu mesmo - Edinei L. da Silva
Imagem: Google

Um comentário:

  1. Caro amigo Argonauta,
    esta sua reflexão além de instigante é sobejamente relevante, pois diariamente nos deparamos com decisões judiciais que muito embora sejam justa não nos parecem corretas, ou quando corretas não são justas. Daí a questão Direito e Justiça. Como caminhar nesta seara? Nós enquanto sociedade, criamos o direito com a ideia de comprometimento com a justiça, como um instrumento para se alcançar a paz social. No entanto muitas vezes nossas ações e até mesmo através de nosso silêncio, deixamos esse direito ser utilizado indevidamente, seja para garantir privilégios ou fomentar diferenças sociais, desta forma acabamos ratificando injustiças. Fazendo com que muitas pessoas não acreditem na justiça por meio do direito. Mas como você mesmo afirmou “a justiça tarda mais não falha”, e aí você me diz que isso só vale para a justiça divina. Também acredito nessa justiça, no entanto ainda compartilho daquele “velho” pensamento Rousseauniano de que os homens são bons, e que a sociedade os corrompe. É preciso reconhecer que para alcançarmos a justiça temos que enfrentar inúmeros obstáculos, dificuldades que se arrastam pela história da humanidade. E que avanços nessa perspectiva só irão acontecer quando despertarmos nossa consciência para as exigências da justiça, quando nos organizarmos enquanto sociedade, quando valorizarmos a pessoa como ser humano – sujeito de direitos. Embora muitos pensem que a justiça é cega, eu afirmo: Ela só está de olhos vendados, mas não é cega. Ela é clara, pública e também secreta, princípio este constitucionalmente garantido a todos nós. A justiça não pode ser comum e igual a todos, senão seria injusta. Isso significa que devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade (salve Aristóteles). Bem, caro amigo Argonauta, diante disto façamos o que disse o consagrado jurista Eduardo Juan Couture “Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça”. Acredito que só haverá atitude justa se houver a desejabilidade da justiça, de agir justamente, de praticar o que é justo e acima de tudo, de querer o que é justo.

    Um forte abraço,
    Jane

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